Paris, França – Em uma mudança de abordagem surpreendente, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, do Partido Socialista, fez um pedido aos cidadãos da capital francesa: que convivam com os ratos. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Telegraph nesta sexta-feira, 9.
Após anos de esforços para erradicar a população de ratos na cidade, a líder socialista de Paris decidiu adotar uma nova estratégia, orientando os moradores a aceitar a presença dos roedores, conforme reportou o periódico britânico.
Anne Hidalgo é conhecida por sua aliança com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em novembro do ano passado, eles compartilharam um almoço em Paris, e a prefeita expressou sua gratidão ao petista por sua presença e amizade.
“Obrigada, querido Lula, pela sua amizade e por estar ao meu lado hoje”, afirmou a socialista em uma mensagem no Twitter. “Diante daqueles que jogam com o medo e buscam nos dividir, nós compartilhamos a mesma luta contra o populismo, tanto na França quanto no Brasil”, completou Anne Hidalgo.
A administração da prefeita anunciou a criação de um comitê especial encarregado de examinar como os 2 milhões de habitantes de Paris poderão conviver harmoniosamente com os cerca de 6 milhões de ratos. Durante uma reunião do Conselho de Paris, a vice-prefeita responsável pela saúde pública, Anne Souyris, afirmou: “Sob a orientação da prefeita, decidimos criar um comitê para analisar a questão da convivência”.
Há seis anos, Paris lançou um plano de €1,5 milhão (cerca de R$7,88 milhões) para combater a proliferação de ratos na cidade, que acabou se revelando ineficaz. Grupos de defesa dos direitos dos animais celebraram a nova postura adotada por Paris em relação aos roedores, pois vinham fazendo lobby há mais de dois anos nesse sentido.
Uma das cofundadoras do grupo Animaux Zoopolis, Amandine Sanvisens, argumentou que seria “cruel” e “ineficaz” gastar milhões de euros atacando os ratos da cidade. Em vez disso, ela propôs investir em cem latas de lixo completamente fechadas em toda a cidade para limitar o acesso dos roedores aos alimentos, além do uso de um contraceptivo oral para ratos chamado ContraPest.
